Durante a semana passada quase todos os tibanos estavam viajando, mas agora, depois de um breve hiato, estamos de volta à casa. O nosso grupo de residentes foi à Paraty participar de um curso de agrofloresta no Sítio São José com a família Ferreira. Depois a Equipe Rocket seguiu viagem até o Pouso da Cajaíba para construir um banheiro seco com a comunidade de caiçaras da região.


Hoje a gente vai mostrar um pouco da nossa vivência no Sítio São José aqui no Blog. Muito obrigado a todos da família Ferreira pela sabedoria, hospitalidade, generosidade e alegria.


Sítio São José: 1.o Dia / 16 de Maio de 2010 (domingo)

SAF 10: Sistema Agroflorestal A≃100m2


Capina da área onde identificamos algumas espécies para completar o sistema existente: ingá, trefosia, mandioca, cana, fedegoso, abacaxi, capim, tapoeraba, feijão (mucuna). Plantados em linha.

A matéria organica gerada pela capina foi alinhada e a tapoeraba foi separada do capim por ter a capacidade de rebrotar muito facilmente. Depois da capina, foi feito o plantio nas linhas, marcadas por Ingás. A batata doce teve um espaçamento de 6 metros e o milho de 1 metro. Na mesma cova do milho foram plantadas trifosea e beijo branco como adubo verde; além de aveia, feijões, manjerioba, entre outras.


Para finalizar foi feita a poda da mandioca e da trefosia e toda a matéria orgânica foi espalhada no local. Algumas trefosias foram conservadas para produção de sementes. As manivas foram retiradas da mandioca e separadas para plantio no final do dia.



Sítio São José: 2.o Dia / 17 de Maio de 2010 (segunda)

SAF 9: A≃200m2


Na área havia Palmeira Real e frutíferas, entre endêmicas e exóticas, sendo o Ingá a espécie predominante, usado como sombreamento, marcação da área e adubo verde.

A pouca vegetação rasteira foi roçada para retornar a matéria organica para o próprio local e para facilitar a visualização da área. As principais espécies manejadas foram a tapixirica e a braquiária. As frutíferas desse SAF eram: abril roxo, cupuaçú, graviola, abacaxi, goiaba, banana, cajá, bacupari, amora, cacau, entre outras.

Ao final do dia fizemos o reconhecimento dos outros SAFs



Sítio São José: 3.o Dia / 18 de Maio de 2010 (terça)

SAF 1 A≃200m2


Por ser a primeira área trabalhada com sistemas agroflorestais, foram feitos nela muitos experimentos. No estágio atual percebemos um super adensamentos das palmeiras: pupunha, juçara, açaí-juçara e principalmente a palmeira real.

As palmeiras reais da área foram retiradas e foi feita a colheita do palmito. A finalidade do processo foi permitir a penetração de luz nos extratos mais baixos, onde se encontram palmeiras mais desejadas que a real e as frutíferas, principalmente o cacau-roxo.



Em seguida uma área foi estabelecida para a poda, oferecendo espaço para o cupuaçú e a lenha foi direcionada para o fogão.

Feiras e Festivais para uma Nova Terra

O TIBÁ começou 2010 marcando presença em vários eventos ligados a sustentabilidade. Nos dias 27 e 28 de Março nós participamos da primeira Feira da Terra em Lumiar. Estamos sempre em contato com o pessoal dessa Feira que vai continuar rolando, a princípio, todo mês.


A inauguração foi linda, com atividades para as crianças, alimentos orgânicos e muita arte! A nossa barraca de bambu foi muito visitada e os super tibanos, liderados por João, Andréa e Rosa, ofereceram oficinas e produtos TIBÁ. A geodésica, gentilmente emprestada pelo Johan, enfeitou o evento e foi usada como espaço dedicado às crianças.


E nos dias 1 e 2 de Maio o TIBÁ marcou presença no Festival Nova Terra! Um mega evento com shows de muitas bandas, entre elas: Ponto de Equilíbrio, Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra, MvBill, Pedra Branca, Natiruts e Jorge Ben.


Além de muita música boa rolando em dois palcos, rolaram várias oficinas, entre elas a nossa! Falamos sobre cascage, saneamento ecológico, construção sustentável e montamos um teto-verde com a galera.


O Festival Nova Terra também serviu como espaço de interação entre várias tribos indígenas do Brasil e das Américas. Onze etnias participaram do evento, mostrando sua arte, sua história e dividindo seus costumes com todos.

Adobes Mil

A galera acabou de voltar do Festival Nova Terra! Foi uma experiência única onde nos conectamos com várias tribos do Brasil e do mundo, todas trabalhando para transformar o nosso planeta em um lugar mais bonito, saudável e equilibrado. Assim que acabarmos de trocar fotos e histórias a gente conta para vocês (quase) todas as experiências que rolaram nesse evento e nas feiras das quais o TIBÁ está participando.


E agora que voltamos, a fábrica de adobes está funcionando de novo a todo vapor! A obra está caminhando bem, terminamos o piso de cascage do lado direito e semana que vem esperamos começar a assentar os adobes queimados nessa área.


Nós estamos tirando a terra do barranco atrás da casa. Raspando com a enxada não precisamos peneirar e ela é jogada direto na lona onde nós pisamos a massa.


Carregar o esterco da nossa mula até a obra é uma pequena prova de força diária. Mas tudo ajuda a manter os tibanos em forma. A areia para a massa está ao lado, mas já começa a escassear. Depois de misturar os ingredientes secos, nós molhamos tudo, quando há tempo, pisamos e depois deixamos curtir durante a noite.



No dia seguinte é só pisar um pouco mais e começar a produzir os adobes, que estão sendo feito em dois tamanhos: grande e enorme. Com uma cama de massa com 3 carinhos de terra, 1 de esterco e 1 de areia nós fazemos por volta de 100 adobes. E agora, com duas ou três pessoas na fábrica, nós terminamos duas cama dessas a cada três dias.


Preparem-se para mais notícias da casa no mirante e um vídeo com um time-lapse das paredes subindo.